Vela e Lamparina

As velas e as lamparinas que se acendem são símbolos do nosso espírito e da nossa alma, que devemos acender com a chama celeste. Quando os tivermos acendido, também poderemos acender outros espíritos e outras almas à nossa volta, tal como acontece nas igrejas na manhã de Páscoa. Cada fiel tem uma vela na mão; o sacerdote começa por acender um círio, o oficiante mais próximo, que o assiste, acende nele o seu; depois, um a seguir ao outro, cada fiel acende a sua vela na de quem está ao seu lado. Assim, dir-se-ia que o fogo, passando de mão em mão, está em andamento, até que a igreja fica cheia de uma imensidão de pequenas chamas. Numa Escola Iniciática, nós aprendemos a acender o nosso espírito e a nossa alma no fogo divino. E, depois de os termos acendido, alimentamos continuamente a sua chama, para que outros espíritos e outras almas possam vir acender-se também nesse fogo. MESTRE OMRAAM MIKHAËL AÏVANHOV

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Considerações sobre ReiKi




Boa noite

Um destes dias celebrou-se o dia da Família (mais um!). 

Lembrei-me a este propósito de um texto que escrevi em outubro de 2013, com o objetivo de fazer uma apresentação no Encontro de Reiki que se realizou em dezembro desse  mesmo ano, no dia 8, se não me engano.

Senti que o devia publicar para que pudesse chegar a todos aqueles que encaram o Reiki como uma filosofia e que pugnam pela sobrevivência das famílias pois, em última instância, são elas, e sempre elas, a base desta sociedade entontecida, que roça o burlesco; parece que somos os figurantes de uma trágico-comédia. 

Verifico, tristemente, que, passados cinco anos sobre a data do texto, nada mudou e se mudança houve foi para um agravar da situação seja ela familiar seja ela social.



Falar de Reiki parece um assunto esgotado.
Falar de Reiki reporta-nos à ideia de quietude, de meditação, quase de inércia.
Falar de Reiki transporta-nos quase que a uma espécie de ideia de banalidade tantas são as formas levianas com que é tratado actualmente.

Nada mais enganoso e aparente.

O Reiki não se esgota.
O Reiki é dinâmico.
O Reiki é um estado e uma postura especiais que só pode ser entendido deste modo por quem realmente o assume como uma atitude responsável de vida. A sua (dessa pessoa) própria atitude.
Por isso, o Reiki não se esgota porque pode, e deve, ser reinventado diariamente e, dado que é matéria reinventada, é consequentemente dinâmico.

Antoine Lavoisier, considerado o pai da química moderna, disse:
“Na natureza nada se cria, nada se perde tudo se transforma”.
À guisa de brincadeira, quase que me atrevo a perguntar se Lavoisier não seria Reikiano.

Porque, a meu ver, o Reiki é isto mesmo: a nossa permanente e consciente (nem sempre) capacidade de nos transformarmos em seres melhores, com tudo o que a palavra MELHORES contém: melhores pais, melhores amigos, melhores filhos, melhores colegas, melhores profissionais, mas principalmente melhores connosco mesmos. E, a par de tudo isto, não nos devemos esquecer de que somos sempre os maiores críticos de nós mesmos. Para o melhor e para o pior.

A sociedade, ou seja o mundo, está a atravessar um período conturbado, sem rumo.
Pergunto: quem faz a sociedade e estabelece os seus paradigmas? Quem são os responsáveis por tanta turbulência? Nós. Única e exclusivamente nós!
Outra pergunta: qual é o núcleo de uma sociedade? A família. Sempre e só a família.

Vivem-se tempos em que os membros da família não jantam em conjunto, não têm tempos lúdicos em conjunto, não vão às compras em conjunto,… E sabem porquê? Porque o importante é aquilo que se faz para a sociedade, para o exterior: o sucesso profissional, o sucesso académico, o ficar bem visto perante o vizinho ou os supostos amigos, o apregoar aos 7 ventos que fazemos voluntariado, etc, etc…
Estão certamente a pensar que me estou a desviar do propósito desta partilha. Não estou.

Temos que começar (ou recomeçar) a aprender (ou reaprender) o que é viver em família, para a família.

Pensem no seguinte: se um membro da família (basta um)
 Adoptar uma atitude compassiva mas firme,
Adoptar uma atitude positiva mas racional,
Adoptar uma atitude tolerante mas vigilante,
Adoptar uma atitude dinâmica mas tranquila,
Adoptar uma atitude silenciosa mas numa escuta permanente,

Então, este membro de uma família qualquer está a fazer Reiki. Este membro está a incutir e a transmitir à sua família as bases sobre as quais assenta o Reiki, ou seja, ama com o seu exemplo e sobretudo com a sabedoria de quem é suficientemente paciente porque, a longo prazo, esta sua atitude será adoptada pelos restantes membros da família. Teve uma atitude proactiva, ou seja não esperou que fossem os outros a mudar, deu o primeiro passo e iniciou ele mesmo a mudança. Imaginem a propagação de uma onda de brisa porque é desse modo que a mudança se fará sentir por toda a família.

É um trabalho difícil? É, porque implica a maior da mudanças: a minha mudança  interior.
Vale a pena? Vale.
Há alturas em que pensamos que estamos a dar (e desculpem a expressão) pérolas a porcos? Há.
Há momentos em que quando pensamos que a casa está construída vem um vendaval e ficamos sem telhado? Sim.
Mas tudo vale a pena quando constatamos que, sem invadirmos a personalidade e a privacidade uns dos outros, caminhamos todos no mesmo sentido ainda que por trilhos diferentes de acordo com a postura e a personalidade de cada um.

As famílias ditas modernas têm inúmeras televisões espalhadas pela casa, fazem as refeições com um 5º, 6º ou 7º elemento (tv, tlm, portáteis,…), não partilham as tarefas domésticas, têm receio de expor as suas tristezas, os seus estados de espírito. Isto não é uma família e o Reiki não é certamente elemento presente.

A todos nós, que aqui estamos, compete a mudança. E a mudança implica muito trabalho. O Reiki é universal, como o próprio nome indica, e a sua universalidade faz-se sentir no núcleo da célula que é a família.

Assim o queiramos!

No dia em que cada um de nós se predispuser em consciência e com trabalho à mudança, no seio da sua própria família, então estará a trabalhar para algo muito digno que é a consolidação e a transmissão dos valores do Reiki  individual e colectivo.

Obrigado pela vossa atenção
Bem – hajam!



Partilhado por Elisabete Pinho


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